quarta-feira, 14 de julho de 2010

A "novelização" da notícia


Mais uma vez a mídia Brasileira está confundindo informação com “novelização”. O caso do envolvimento do Goleiro Bruno do Flamengo no assassinato de sua ex-namorada, Eliza Samúdio, entra no rol de casos que viraram verdadeiros “Big Brothes” nos meios de comunicação de nosso País.
Assim como aconteceu nos casos envolvendo Izabella Nardoni - onde até a simulação do crime foi transmitida ao vivo - e da jovem Eloá – onde a transmissão do caso virou verdadeiro reality show em vários programas de televisão-, o já batizado “Caso Bruno” também se tornou mais um noticiário oportuno de audiência. Há quase duas semanas, as suspeitas de que o goleiro estaria envolvido no sumiço de sua ex-amante já era prato cheio para os principais meios de comunicação do País. A revista Veja, por exemplo, lançou edição especial com entrevista do goleiro, onde ele se defendia e diminuía a moça, dizendo que se tratava apenas de uma prostituta.
Quando se confirmou o envolvimento do goleiro na morte de Eliza Samúdio, vários programas especiais foram criados para falar do caso. Na Rede Globo, Ana Maria Braga abandonou suas receitas e chefes de cozinha para conversar com o delegado e advogados envolvidos no caso. A SBT entrou com um programa feito ao vivo e as pressas com Roberto Cabrini só para tratar do caso, mostrando uma entrevista com o pai da jovem. A Rede Record, neste último Domingo, também levou ao ar um programa especial para o caso, e teve como convidados advogados e promotores, além de uma entrevista com o tio do garoto que também teve envolvimento no crime.
Vale ressaltar que o papel da mídia é sim deixar a sociedade a par do que acontece. Porém, a liberdade de imprensa que se tem em nosso país democrático impõe limites, e esse limite é alcançado quando a notícia se torna novela.

quinta-feira, 10 de junho de 2010

um patrimônio mal cuidado

Fundada em 19 de Dezembro de 1962, a Biblioteca Central, localizada no campus de Belém da universidade federal do Pará, conta com um imenso acervo, que abrange os mais variados campos de conhecimento. O frustrante é que, em meio a tanta riqueza, a negligência com o cuidado de preservação desse material é um fato alarmante.
Fazendo uma visita à biblioteca, é fácil encontrar obras cobertas pela poeira ou deterioradas pela falta de cuidado. Além disso, a própria estrutura física do local é desproporcional a importância que se deveria dar a ela. No setor de periódicos, por exemplo, o forro que protege o teto está comprometido e em algumas partes nem existe mais. Percebe-se, também, escoamento de água pelas paredes, o que deixa as obras vulneráveis à umidade.
Outro fator preocupante é a ausência de sistemas eficazes de precaução de incêndio. No prédio, os únicos recursos de socorro são alguns extintores e eles pouco ajudariam, pois, segundo relato dos próprios funcionários da biblioteca, não é dado a estes nenhum treinamento de preparo técnico para o manuseamento dos equipamentos.
A recepcionista do setor de obras raras, Denise Corrêa, conta que sente preocupação com a segurança do local. Segundo ela, as instalações elétricas do prédio não passam por reparos há muito tempo e nenhum eficaz sistema de segurança foi instalado no local. Diz que é arriscado deixar um setor de obras raríssimas, como “Hiléia Amazônica”, de Domingos Antônio Rayol, e “município de Belém”, de Antônio Lemos, a mercê de inconfiáveis extintores.
A Biblioteca Central guarda um grande patrimônio literário, com obras que vão de Cervantes a Paulo Coelho. Resta saber até quando esse patrimônio ficará sujeito a falta de cuidados e em risco de se perder.




o único extintor do setor de obras raras





o teto do setor de periódicos











quinta-feira, 20 de maio de 2010

um povo sem voz às margens de um rio sem lei

Idealizado desde o final da década de 70, o projeto da construção da UHE de Belo Monte é mais uma mostra de que o desenvolvimento irresponsável, para alimentar interesses de uma minoria, não respeita o meio ambiente e as vozes dos que são diretamente afetados.
O rio Xingu, onde se deseja implantar as barragens que servirão à usina, não é somente um patrimônio ambiental, mas é um símbolo, é parte da cultura indígena que se estabelece ali. O Estado finge se importar com o que eles têm a falar, mas suas línguas não o parecem familiar, seus choros de desespero não os sensibiliza e suas armas em protesto são tão inofensivas que o Estado nem as leva em consideração.
Lembro-me do imperialismo do final do século 19, onde os “Estados desenvolvidos” não abriram mão de seu poder e usaram suas artimanhas para esvaziarem as riquezas das terras dominadas, sem considerar que ali existiam povos e culturas que dependiam e que até hoje sofrem com a falta desses recursos.
Os indígenas, e também os ribeirinhos das margens do rio Xingu, estão prestes a serem vítimas de um neo-imperialismo, de um novo “roubo histórico”, de uma nova insensibilidade daqueles que detêm o poder. Serão ignorados, apesar de terem razão. serão expulsos, apesar de terem direito da posse. Serão esquecidos, quando deveriam ser os primeiros lembrados...

sábado, 15 de maio de 2010

amor, traição e morte no rio de janeiro

Um crime passional culminou na morte de duas pessoas nesta sexta-feira no bairro do Botafogo, no rio de janeiro.
Um homem de 29 anos, identificado como Vilela, assassinou, a tiros, a esposa, Rita, e seu amante, Camilo, após saber da traição que durava há tempos. O interessante é que tudo foi planejado friamente.
Após prestar depoimento na delegacia local, Vilela disse que já desconfiava que vinha sendo traído, mas que só constatou de fato quando se aproximou de uma certa cartomante, que sabia do caso e cobrou dinheiro à ele para se tornar seu cúmplice.


O assassino revelou que o que mais o irritou foi que o amante era aquele a quem considerava seu melhor amigo, com quem crescera junto e depositava total confiança. Vilela contou friamente, e com detalhes, como planejou sua vingança.
“quando tive total certeza, atirei em minha esposa e a matei. Para o Camilo enviei um bilhete pedindo para vir a minha casa, sem tom de ameaça, sem que ele pudesse se sentir amedrontado. Quando chegou nem falei nada, abri a porta e com dois tiros o matei.”
Vilela foi preso por duplo homicídio, mas disse não estar arrependido pelo que fez e que irá para a cadeia sem remorsos.



a casa onde tudo aconteceu





veja no link abaixo simulação detalhada do crime
http://www.youtube.com/watch?v=za8I74wQdzA




terça-feira, 27 de abril de 2010

A evolução do jornalismo na web

jornalismo 1.0
caracteriza-se por uma versão um pouco mais limitada. seria basicamente o jornal impresso publicado na web. esse processo inicia uma maior acessibilidade ao conteúdo jornalístico e seria, posteriormente, o embrião dos que viriam depois.

jornalismo 2.0
neste momento do jornalismo os conteúdos são feitos especificamente para sites jornalisticos, o webjornalismo. Já começa-se a explorar o uso de emails como forma de difusão de informações, já se inicia uma, ainda que um pouco tímida, interatividade.

jornalismo 3.0
é a atual versão jornalistica, e a que preocupa os profissionais da área, haja vista se processa como uma troca de conteúdos com o próprio meio. As informações são trocadas e processadas pelos próprios integrantes das redes sociais, o que transforma o processo da comunicação mais dinâmico e instantâneo. A blogosfera é o principal exemplo disso.

segunda-feira, 26 de abril de 2010

Jornalista é jornalista, blogueiro é blogueiro


Surgido primeiramente como ferramenta de inclusão para pequenos grupos, o uso do blog se tornou uma forma de discussão e difusão de conteúdos, de maneira simultânea e prática, para um público cada vez mais interessado e envolvido nesse processo.
O blog, ou a blogosfera, surge como uma nova forma de se fazer e transmitir informação. Tem como finalidade e principio a imparcialidade. Por meio dele se estabelece uma liberdade de se expor opiniões, ou até mesmo publicar notícias, como acontece em redes comunitárias, chamado de jornalismo hiperlocal.
Esse tipo de difusão de conteúdo, que tem sido chamado de jornalismo participativo ou jornalismo 3.0 já tem ameaçado o jornalismo tradicional. Isso porque esse último tem perdido credibilidade por conta de hierarquização de empresas que tentam monopolizar o meio da comunicação.
Porém, parece-me inconveniente, ainda, colocar nas mãos dos blogs a responsabilidade pela difusão de conteúdos. Isso porque, como foi disso anteriormente, a blogosfera surgiu com o objetivo de se discutir, questionar, e não necessariamente produzir informação. Esse papel ainda cabe ao profissional jornalista, que se prende, com o seu trabalho, com a objetividade de transmitir a notícia de forma concreta, para depois serem discutidas pelos seus receptores.
Além disso, ser jornalista é ser JORNALISTA, estudar e trabalhar para isso. Nada impede, logicamente, como para o próprio bem-estar da democracia, que se crie espaços como, por exemplo, os blogs de se estabelecer vínculos de comunicação, mas não existe por parte deles um compromisso exclusivo de informar.
O jornalismo participativo pode, até certo ponto, ser utilizado e considerado como ferramenta do jornalismo tradicional, mas não como seu substituto.

A responsabilidade jornalística com os meios sociais

Os meios sociais de comunicação são definidos pela convergência de indivíduos em redes sociais, pelo uso de novos meios e pela junção ou conexão de idéias, textos e outros conteúdos informativos e de opinião. E esses meios têm sido usados e aproveitados, cada dia mais, para se difundir conteúdos.
Tendo isso em vista, nós, como futuros profissionais da área de comunicação, precisamos fazer parte desse processo, tomando-o como ferramenta de trabalho e procurando entender e nos relacionar com o público que lá já está. Como agentes de informação, nosso papel principal seria usar esses meios, cada vez mais acessíveis, para, com responsabilidade fazer jornalismo, é claro nos adequando a seus padrões.
Os blogs, que já têm sido incluídos no jornalismo 3.0, têm crescido nesse meio e, como tem se apresentado como formadores de opiniões, também possuem suas parcelas de responsabilidade neste mundo virtual. Afinal, tratar com meios sociais é estar convivendo com pessoas criticas e ansiosas por conteúdos que satisfarão as suas expectativas.
Através de meios sociais se estabelece variadas possibilidades para se acessar conteúdos e até interagir, o que o transforma em uma ferramenta de relação mais próxima do emissor, o que traz, também, para nós uma maior responsabilidade no tratamento de conteúdos divulgados. ao meu ver, esse é o principal papel do jornalista, a responsabilidade em um meio tão abrangente.

quinta-feira, 15 de abril de 2010

Cultura, como definí-la?

Parece simples, de imediato, definir o conceito de cultura. Porém o que temos em mente são tantas formas de pensar ,muito superficialmente, um tema que tem sido objetivo de estudo de vários antropólogos.
Podemos, como diz Clifford Guertiz, em seu livro “a interpretação das culturas”, criar várias idéias a respeito, mas por mais que consigamos encontrar conceitos que procurem explicar, nem um mostrará uma verdade absoluta. Ele chega a exemplificar as várias formas que se pode interpretar uma piscadela: de vários ângulos diferentes, e vista por pessoas diferentes, ela terá, consequentemente, diferentes interpretações.
Quando temos conceitos formados sobre o que é cultura, geralmente caímos em um erro histórico, que é de estabelecer, neste sentido, qual a cultura boa e a ruim. Isso se torna claro quando voltamos um pouco na história, apenas dois séculos atrás, quando o Darwinismo social, estipulado pelos europeus, resolveram levar “cultura” a povos sem civilização, como se eles não tivessem um modo próprio de pensar e agir.
Hoje é ainda mais difícil definirmos esse conceito. Isso porque vivemos em um mundo globalizado, onde a difusão de conteúdos simbólicos, definido por Thompson como “a capacidade de intervir no curso dos acontecimentos, de influenciar ações dos outros e produzir eventos por meio da produção”, é cada vez mais banal. Chego, analisando esta relação, ao que me pareceu mais sensato dizer sobre cultura até o momento: como disse Mathews Gordon, “ cultura pode ser definida como as informações e identidades disponíveis no mercado cultural global”.
Segundo Gordon, estamos vivendo em um mundo cultural de moda, no qual cada um de nós pode pegar e escolher identidades culturais da mesma forma que pegamos e escolhemos roupas. Parece, no mínimo, estranho pensarmos estar comprando aquilo que achamos nos ser de posse, mas essa relação de escolha é exatamente desta forma, acumulamos símbolos de diferentes contextos, e quando vemos não comungamos mais com um velho conceito que ainda se dá a cultura, como sendo “o modo de vida de um povo”.
É claro que estabelecer uma forma de cultura para si não é totalmente livre. Mesmo que, muitas vezes, pensemos estar livres para adquirir o que consideramos como certo e prazeroso, ainda somos, de alguma forma, presos ao Estado. É o que Gordon chama de shikata ga nai, uma expressão japonesa que significa “não há como evitar”.
Tiro como principal aprendizagem desses conceitos, ou pelo menos tentativas de conceitos, que a maneira de agir de um individuo ou de um grupo se difere de outros apenas na maneira de agir, analisar ou de se expressar em relação a algo, porém, não na análise da hierarquia da melhor para a pior cultura.


terça-feira, 6 de abril de 2010

New York Times e os sites brasileiros

O que caracteriza um site jornalístico é, sem dúvidas, a variedade de conteúdo presente nele. O site americano New York Times, por exemplo, é um dos melhores em termo de quantidade de informações: seus textos são extensos, detalhados, e completos, a hipertextualidade. O site jornalistico americano difere de outros sites, o R7, G1 e o Estadão por exemplo, por não apresentar tantas imagens e videos, multimidialidade, o que não o desqualifica, pois ele sem dúvida é referência mundial.
Os sites brasileiros parecem mais práticos de serem lidos: Seus textos são menores, exploram bastantes recursos visuais, como imagens e vídeos, além de serem, assim como o New York Times, rico em informações interessantes e instantâneas. Mas todos conseguem cumprir o papel do webjornalismo, que é de informar e conectar o mundo inteiro, acelerando o processo da globalização.

terça-feira, 30 de março de 2010

A evolução da tecnologia

Desde os primòrdios o homem procurou meios que facilitassem seu modo de viver. desde o primeiro pedaço de pau aos modernos sistemas de computadores, transformou matérias primas em ferramentas que mudaram seus costumes em dterminado período da história.
citando o fogo com um dos primeiros, notamos sua fundamental importancia. A partir dele o homem pôde cozir seus alimentos e se aquecer durante o frio. a roda também teve grande importância quando descoberto pela sociedade, pois garantiu ao homem uma facilidade para se locomover.
indo mais adiante, vamos para a revolução industrial, suas máquinas proporcionaram uma maior produção também para aquela sociedade. hoje vivemos no mundo digital, que é para nós tão importante quanto foi o fogo e a roda para as sociedades que os descobriram, e também transformou nosso modo de viver e de ser, afinal o que seria nós sem ele