
O rio Xingu, onde se deseja implantar as barragens que servirão à usina, não é somente um patrimônio ambiental, mas é um símbolo, é parte da cultura indígena que se estabelece ali. O Estado finge se importar com o que eles têm a falar, mas suas línguas não o parecem familiar, seus choros de desespero não os sensibiliza e suas armas em protesto são tão inofensivas que o Estado nem as leva em consideração.
Lembro-me do imperialismo do final do século 19, onde os “Estados desenvolvidos” não abriram mão de seu poder e usaram suas artimanhas para esvaziarem as riquezas das terras dominadas, sem considerar que ali existiam povos e culturas que dependiam e que até hoje sofrem com a falta desses recursos.
Os indígenas, e também os ribeirinhos das margens do rio Xingu, estão prestes a serem vítimas de um neo-imperialismo, de um novo “roubo histórico”, de uma nova insensibilidade daqueles que detêm o poder. Serão ignorados, apesar de terem razão. serão expulsos, apesar de terem direito da posse. Serão esquecidos, quando deveriam ser os primeiros lembrados...