quinta-feira, 10 de junho de 2010

um patrimônio mal cuidado

Fundada em 19 de Dezembro de 1962, a Biblioteca Central, localizada no campus de Belém da universidade federal do Pará, conta com um imenso acervo, que abrange os mais variados campos de conhecimento. O frustrante é que, em meio a tanta riqueza, a negligência com o cuidado de preservação desse material é um fato alarmante.
Fazendo uma visita à biblioteca, é fácil encontrar obras cobertas pela poeira ou deterioradas pela falta de cuidado. Além disso, a própria estrutura física do local é desproporcional a importância que se deveria dar a ela. No setor de periódicos, por exemplo, o forro que protege o teto está comprometido e em algumas partes nem existe mais. Percebe-se, também, escoamento de água pelas paredes, o que deixa as obras vulneráveis à umidade.
Outro fator preocupante é a ausência de sistemas eficazes de precaução de incêndio. No prédio, os únicos recursos de socorro são alguns extintores e eles pouco ajudariam, pois, segundo relato dos próprios funcionários da biblioteca, não é dado a estes nenhum treinamento de preparo técnico para o manuseamento dos equipamentos.
A recepcionista do setor de obras raras, Denise Corrêa, conta que sente preocupação com a segurança do local. Segundo ela, as instalações elétricas do prédio não passam por reparos há muito tempo e nenhum eficaz sistema de segurança foi instalado no local. Diz que é arriscado deixar um setor de obras raríssimas, como “Hiléia Amazônica”, de Domingos Antônio Rayol, e “município de Belém”, de Antônio Lemos, a mercê de inconfiáveis extintores.
A Biblioteca Central guarda um grande patrimônio literário, com obras que vão de Cervantes a Paulo Coelho. Resta saber até quando esse patrimônio ficará sujeito a falta de cuidados e em risco de se perder.




o único extintor do setor de obras raras





o teto do setor de periódicos